Relógio

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Saudade...





Saudade não se teoriza, se sente. É presença da ausência. Mas há saudade e saudade. Saudade cruel e saudade doce, boa. A saudade cruel é aquela do que está longe. Do que vislumbramos, conhecemos até, mas não temos dentro de nós. Essa dói, machuca, tira o sono, maltrata, rouba o riso, modifica o olhar, entristece. Mas não é saudade, de fato, é falta. Falta do que, ou de quem não se têm. Falta é verbo que tem cheiro de vazio, é lacuna; saudade é substantivo que se transforma em advérbio de intensidade, intensidade do sentir. É sensação, é plenitude, é lembrança. E somos afortunados. Não há em outra língua verbete para traduzir esse sentimento. Saudade boa, saudade, saudade, essa é doce. Dói? Dói sim, mas não é cruel, é uma dorzinha boa de sentir, leve, que enche o peito, faz sonhar, sorrir, eleva o olhar para o passado, gera suspiros e é,como afirmei, presença da ausência. É presença do que, ou de quem, tivemos e teremos sempre dentro de nós. Longe eu sinto saudades do céu de Brasília, porque ele está dentro de mim. Aqui em Brasília eu sinto saudades do mar de minha terra. Porque ele está dentro de mim. Então é um sentir bom. E que pede música e que a música atrai. Saudade é identificação da ausência. E nada torna mais presente o que está ausente do que sentir saudades. Saudade é vida. Só morremos quando esquecidos, quando não somos mais ausentes em ninguém e isso quer dizer que não existimos mais em nenhuma memória. Saudade boa é consciência de algo ou alguém. Não sentimos nunca saudades do que não nos emocionou, provocou sorrisos, prazer, amor, êxtase, sentimentos verdadeiramente bons. E as músicas, os poemas, os textos, as canções, não servem para outra coisa senão para traduzir o que não conseguimos definir; para falar por nós, ratificar o que sentimos. Então, se por acaso lhe vem à mente uma música antiga ou atual, brega ou moderna, ou se uma paisagem ou um céu estrelado ou uma imagem do passado ou de alguém, lhe surgir na mente; ou se um trecho de um poema, de um texto qualquer, lhe provocar um suspiro, e de repente você sentir saudades. Não se espante, nem se entristeça. Aproveite. Agora se alguém disser que sente saudades de você, comemore duplamente. Triste é não ter do que ou de quem sentir saudades. E mais triste ainda é não deixar saudades em ninguém.


[ Maine Virginia Carvalho ]

Feliz Natal


Pra vocês, Amigos,
Que fizeram do sol seu guia,
De cada manhã um lindo dia
De cada noite uma canção!

FELIZ NATAL
Pra vocês, que fizeram da Estrela D`alva
Seus caminhos:
Deram comida aos passarinhos
E repartiram com o homem seu pão!

FELIZ NATAL
Pra vocês, que tiveram um gesto amigo:
Um papo, um alento e deram abrigo
E estenderam suas mãos!

FELIZ NATAL
Pra vocês, que fizeram da dor a esperança;
Que fizeram sorrir uma criança
E que amaram de coração!

FELIZ NATAL
Pra vocês, que viveram a pobreza a fundo
Nas manjedouras do mundo
E não deixaram o tempo ir em vão!

FELIZ NATAL
Pra vocês, que são amigos, e pra vocês,
que ao inimigo presentearam com
Seu perdão!

FELIZ NATAL
Pra vocês, Amigos que sentem!
Pra vocês, Amigos que são Gente! 




Reflitam



Quem já não contemplou a maravilha de uma gota de orvalho a brilhar, refletindo a luz do sol? 


Uma simples teia de aranha e sua engenharia perfeita... 

A relva verde... o andar desengonçado de um joão-de-barro, logo ao amanhecer... 

Uma folha seca bailando no ar prenunciando o inverno... 

O céu de anil com suaves pinceladas brancas como se fossem nuvens de algodão. 

O entardecer, quando o sol se despede deixando rastros em vários tons dourados como se fosse ouro derretido, levemente espalhado por mãos invisíveis... 

A lua cheia refletida num lago, parecendo um grande espelho líquido... 

A cantoria do vento na folhagem das árvores, qual suave melodia, convidando a sonhar... 

O olhar de um cão solitário, pedindo companhia... 

O balançar do salgueiro, lembrando mãos distendidas nas margens dos rios e lagos, como a protegê-los... 

O ir e vir das ondas, acariciando a areia quente das praias como querendo amenizar o calor... 

O cheiro do mato, após a chuva... 

A água cristalina dos rios que correm por entre as montanhas, como se fossem veias transportando a vida. 

O sorriso inocente na face da criança, pedindo amparo e proteção. 

As pegadas do lavrador nas estradas poeirentas que conduzem ao eito... 

O galopar do cavalo evidenciando sua liberdade... 

O abrir e fechar das asas da borboleta sobre a flor, a andorinha fazendo acrobacias no ar, a garça solitária à espreita do alimento. 

O abraço afetuoso de um amigo. O rosto sulcado do ancião, que não teme a velhice por saber que ela não alcança o Espírito. As mãos calejadas do trabalhador... 

A noite bordada de estrelas a nos mostrar a grandeza do Universo infinito... 

Uma gota d´água na pétala de uma rosa, refletindo outras tantas rosas... 

O tamborilar da chuva no telhado... A goteira a cantar na calha... 

A araucária secular, com seus galhos esparramados, debulhando as pinhas para saciar com seus frutos a fome dos pássaros. 

O cricrilar do grilo, o coaxar da rã, o piar da coruja fazendo-se anunciar na noite silenciosa. 

O som melodioso extraído do teclado por mãos habilidosas. 

A harmonia das cores nos canteiros floridos das ruas e praças... 

O dia, que a cada amanhecer renova o convite para que vivamos em harmonia, imitando a natureza. 

Essas e outras tantas belezas são a presença discreta de Deus na natureza que nos cerca, dizendo nos que também somos Suas criaturas e que fazemos parte desse Universo maravilhoso, e que, acima de tudo, somos herdeiros desse mesmo Universo, como filhos do Criador que somos todos nós.

* * * 

A contemplação da natureza oferece ao homem incontestavelmente, inefáveis encantos. Na organização dos seres descobre-se o incessante movimento dos átomos que os compõem, tanto quanto a permuta constante e operante entre todas as coisas. 

Justa é a nossa admiração por tudo o que vive na superfície da Terra.



(Redação do Momento Espírita,com pensamento final extraído do livro Deus na natureza, de Camille Flammarion, ed. FEB. Disponível no CD Momento Espírita, v. 2, ed. Fep

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Aprendi

Foto: Aprendi que nada é tão grande como a gente vê. Ainda bem! Decidi descomplicar o simples, simplificar os dias. A gente planeja tanto, aí vem o inesperado fazendo festa, rindo dos nossos projetos, nos ensinar que muita coisa depende de nós, mas que a vida é muito mais que um bloco de notas. 
Vem nos mostrar que não existe receita pronta, palavra certa, escolhas erradas, a vida se apresenta cada dia com uma nova roupa e cabe a nós tirá-la para dançar ou ficarmos sentados esperando a coragem chegar. Reaprendi a construir caminhos sem me preocupar com a chegada, apenas com cada passo da caminhada.

- Renata Fagundes -

Aprendi que nada é tão grande como a gente vê. Ainda bem! Decidi descomplicar o simples, simplificar os dias. A gente planeja tanto, aí vem o inesperado fazendo festa, rindo dos nossos projetos, nos ensinar que muita coisa depende de nós, mas que a vida é muito mais que um bloco de notas. 
Vem nos mostrar que não existe receita pronta, palavra certa, escolhas erradas, a vida se apresenta cada dia com uma nova roupa e cabe a nós tirá-la para dançar ou ficarmos sentados esperando a coragem chegar. Reaprendi a construir caminhos sem me preocupar com a chegada, apenas com cada passo da caminhada.

- Renata Fagundes -

Isso também passa...

Foto: Chico Xavier costumava ter em
cima de sua cama uma placa com
os dizeres:
ISSO TAMBÉM PASSA!
Perguntaram a ele o motivo… Ele
disse que era para que quando
estivesse passando por momentos
ruins, para se lembrar de que eles
iriam embora, que iriam passar, e
que ele estava vivendo aquilo por
algum motivo. Mas a placa também
era para lembrá-lo de que quando
estivesse muito feliz, não deveria
deixar tudo para trás e se deixar
levar, porque esses momentos de
euforia também iriam passar, e
momentos difíceis viriam
novamente.

Chico Xavier costumava ter em
cima de sua cama uma placa com
os dizeres:
ISSO TAMBÉM PASSA!
Perguntaram a ele o motivo… Ele
disse que era para que quando
estivesse passando por momentos
ruins, para se lembrar de que eles
iriam embora, que iriam passar, e
que ele estava vivendo aquilo por
algum motivo. Mas a placa também
era para lembrá-lo de que quando
estivesse muito feliz, não deveria
deixar tudo para trás e se deixar
levar, porque esses momentos de
euforia também iriam passar, e
momentos difíceis viriam
novamente.

UM pouco de: Fernanda Gaona




"Eu prefiro as pessoas que conseguem ver o lado claro das coisas mesmo que todo dia anoiteça. Gente que se abala com os fatos sim, mas que não quer derrubar a estrutura do outro só pra vê-lo no mesmo nível em que estão. Com o tempo a gente aprende que todos têm o ônus e o bônus, mas poucos conseguem carregar dores e doçuras sem despejar em ninguém suas amarguras. Eu ainda acredito mais em sonhadores incuráveis do que em caçadores de mágoas."

Sim, sou assim...



Eu não sei fingir que não dói quando a dor é o que eu sinto. Não sei esboçar um sorriso, quando a vontade de chorar é bem maior do que a vontade de sorrir. Não sei declarar sentimentos que não existem em mim ou que jamais estiveram presentes pelo menos por alguns instantes. Não sei morar onde não me sinto confortável e isso inclui amor e pessoas. Nem contar uma mentira para forjar felicidade. Não vou a lugares onde não quero estar e quase nunca faço aquilo que não gosto - só quando as circunstâncias exigem e, ainda assim, protelo ao máximo. Não tenho medo de ter medo, porque sei admitir que a minha coragem não é persistente. Às vezes amanheço sem coragem nenhuma. Sem esperança nenhuma. Sem fé nenhuma. Mas eu não desmorono por isso. Sabe por quê? Porque mesmo sendo imperfeita, a minha força não está naquilo que digo, mas naquilo que sinto. É o meu sentir que determina a minha verdadeira essência. E isso é o que me faz ser tão real quanto a própria realidade. Quem disse que a realidade é leve o tempo todo?


(Erica Gaião)

*Trecho da carta escrita por Sophie para Claire Smith, do filme 'Cartas para Julieta'



"E", "SE", São duas palavras tão inofensivas quanto as palavras podem ser, mas coloque-as juntas lado-a-lado e elas tem o poder de assombrá-las pelo resto da sua vida. E se? E se? E se?... Você só precisa ter coragem de seguir seu coração. Não sei como é o amor como o de Julieta, um amor pelo qual deixar entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceanos, mas quero acreditar que, se um dia eu sentisse esse amor, teria a coragem de agarrá-lo..."

(Cartas para Julieta)

Benditas sejam as moças...


"Benditas sejam as moças de vestido sem brilhos, ombreiras e tantos babados, sem cintos de couro, barbante, metal, muito menos fivela; e jamais embaladas a vácuo, pois que a sensualidade, para além da atitude,
 está mais no detalhe do tecido que roça o corpo em movimento que no grude integral ao corpo estático.

Benditas sejam as moças de calça jeans e blusinha branca ou preta, sempre básicas por ruas e bares – como aliás pedem as ruas e os bares, nas calçadas da Pavuna ou do Leblon -, e quiçá de alcinha, como quem dá de ombros aos excessos da moda e leva o sorriso à frente da roupa.

Benditas sejam as moças que não saem para tomar um chopinho como quem vai para um casamento, e nem vão para um casamento como quem vai para um Halloween.

Benditas sejam as moças capazes de colocar um shortinho e um par de chinelos, e descer em 5 minutos se o homem diz que está passando na portaria, conscientes de que nada é mais elegante que uma mulher despojada e segura de si.

Benditas sejam as moças de sandalinha rasteira, sempre baixa, mas, em último – e somente último – caso, aptas a andar e sambar de salto, porque é o samba que dá a medida – mesmo que a ocasião não obrigue ao samba – da altura que uma mulher pode ter.

Benditas sejam as moças de bolsas funcionais e discretas – adeus, correntes douradas -, daquelas que jamais atrapalham o abraço, nem substituem a lanterna em caso de apagão, muito menos parecem, redondas, uma capa de pandeiro ou tamborim.

Benditas sejam as moças atléticas, que, ao se vestirem, buscam mais suavizar seus atributos – para fugir ao exibicionismo das periguetes turbinadas – do que ocultar seus defeitos – pendurando a saia nos seios, por exemplo, para encobrir a bunda faltante – e ainda dispensam a mão na cintura para tapar o pneuzinho no álbum de fotos.

Benditas sejam as moças leves, práticas e apresentáveis à família de seu pretendente, que não se deixam transformar em bonecas russas ou árvores de Natal, daquelas que, de tantas camadas (peças de roupa e cosméticos) e enfeites (colares, pulseiras, braceletes, brincos, pingentes e anéis), um homem precisaria de dois ou três Dias de Reis para desmontar.

Benditas sejam as moças que se sabem bonitas, pois nada é mais feio que uma moça bonita que tenta, à força de maquiagens, parafinas e demais pilantragens, ser aquilo que, sem elas, já é.

Benditas sejam as moças feias que se embelezam pela força de sua personalidade, de seu caráter e das suas realizações, bem como pela via dos exercícios físicos, ao invés de buscar a solução agravante de um artificialismo (cirúrgico) qualquer.

Benditas sejam as moças, bonitas ou feias, cujos pais – sobretudo o pai -, quando não também os demais homens de sua vida, disseram-lhe sempre ser a coisa mais linda do mundo, transmitindo a elas a confiança necessária para ignorar os apelos publicitários, que lhes prometem uma beleza inalcançável à base de todos os produtos que as enfeiam cada vez mais.

Benditas sejam as moças curiosas, inquietas e interessadas, que enxergam além das próprias mães e miguxas, sabendo que o senso estético vem do berço e do ambiente, mas, como tudo o mais, pode ser desenvolvido com a ampliação do imaginário e a elevação do espírito, através de um conhecimento que não é servido no Open Bar.

Benditas sejam as duas ou três moças que sobraram por aí, imunes ao império da cafonice não (só) pela sorte de terem tido bons exemplos, mas (também) porque, diante do acesso ilimitado aos bens de consumo, conservam o desejo quase extinto de ser muito mais do que aquilo que podem comprar.

Benditas sejam as moças que são."

(Felipe Moura Brasil)

Pense nisto...



"A semente pode ser pequena mas se plantada e cuidada corretamente pode se transformar numa grande árvore com frutos doces e suculentos. Tudo depende da mão do semeador. O poder de criar e transformar está nas mesmas mãos que colhem os frutos."



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Sou mesmo assim...




Não existe dia ruim. Sempre há chance do dia ser feliz. Mesmo que seja tarde. Mesmo que seja de madrugada. Uma gentileza salva o dia. Um bife milanesa salva o dia. Uma gola branca e engomada salva o dia. Uma emoção involuntária salva o dia.

Nunca o dia está inteiramente perdido. Não devemos acreditar que uma tristeza chama a outra, que se algo acontece de errado tudo então vai dar errado. Lei de Murphy não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

Confio no improviso, na casualidade, no movimento das cortinas na janela.

Até o último minuto antes da meia-noite, tu pode resgatar o contentamento. É uma gargalhada do filho diante da papinha, transformando a cadeira num imenso prato. É algum amigo telefonando para confessar saudade. É sua mulher procurando beijar a orelha mandando sinais de seu desejo. É o barulho da chuva na calha, é o estardalhaço do sol na varanda. É encontrar - iniciando na tevê - um filme que adora e já assistiu cinco vezes. É oferecer colo ao seu gato. É planejar uma viagem de férias. É terminar um livro que abandonou pela metade. É ouvir sua coleção de CDs da adolescência. É comprar uma calça jeans em promoção. É adormecer no sofá e receber a coberta silenciosa de sua companhia. É a possibilidade feminina de passar um batom e pintar as unhas. É possibilidade masculina de devolver a bola quando ela sobe a cerca num jogo de crianças

A felicidade é pobre. A felicidade precisa de apenas um abraço bem feito.

Sigo esperançosa. Não coleciono tragédias. Sofro e apago. Sofro e mudo de assunto, abro espaço para palavras novas, para lembranças novas.

Vejo o esforço da abelha tentando sair do vidro, e não sou melhor do que ela. Vejo o esforço da formiga carregando uma casca de laranja, e não sou melhor do que ela. Viver é esforço e nos traz a paz de sonhar – querer não fazer nada é que cansa.

Não existe dia que não ganhe conserto. Não existe dia morto, dia de todo inútil.

Não desista da alegria somente porque ela se atrasou. Pode ter recebido esporro do chefe, ainda assim a hora está aberta. Comer um picolé de limão é capaz de restituir sua infância.

Não encerre o expediente com o escuro do céu. Pode não ter grana para pagar as contas e ter que escolher o que é menos importante para adiar, ainda assim é possível se divertir com o cachorro carregando seu chinelo para o quarto.

Quando acordo com o pé esquerdo, sou canhota. Não existe dia derrotado.

Então...



Eu não duvido do poder da música. Em um dia preto e branco ela me colore. Em um momento de tristeza ela traz de volta um meio sorriso. Em uma situação delicada ela me socorre.

Eu não duvido do poder do abraço. Ele transforma corações. Aproxima uma alma da outra. É a ponte para o reencontro. Traz de volta a paz. Remove qualquer impureza do espírito.

Eu não duvido do poder da chuva. Ela manda embora toda a desgraça, desamor e sujeira. Deixa tudo mais puro e renovado.

Eu não duvido do poder de um sorriso. Ele quebra qualquer gelo, desmonta uma cara feia, desarma quem trouxe munição no peito.

Eu não duvido do poder do olho no olho. Ele traz a confiança, a vontade de acreditar, a certeza de que ainda existe salvação.

Eu não duvido do poder do sol. Ele traz a saúde, devolve a beleza e de quebra ainda esquenta quem já congelou por dentro há tempos.

Eu não duvido do poder do perdão. Ele faz as cicatrizes ficarem mais suaves, devolve o viço da pele, ilumina o dia e o passado.

Eu não duvido do poder do amor. Ele traz o apoio, oferece o suporte, segura forte a mão, ajuda a segurar qualquer fardo, por mais pesado que possa parecer.

Eu não duvido do poder da fé. Ela ampara, acalenta, acolhe, aconchega, nos pega no colo e cantarola uma linda canção de ninar.

Eu não duvido do poder da vida. Ela ensina, reconstrói, resgata, ajuda, reencontra. E cura.

(Clarissa Corrêa)

Amizade




Amizade, o alimento da alma.

Tem coisa melhor do que amizade? Amizade é um amor sem pretensão, sem desconfiança, sem insegurança. Amizade é amar depositando todas as fichas, arriscando o jogo sem ver as cartas, apostando sem ter dinheiro. Amizade é um amor que amadureceu, cresceu, se instalou e fez a casa. Ser amigo é saber a hora de dizer coisas ruins, é alertar quando o outro está sendo estúpido, é avisar antes que o outro pise no buraco. Não basta o ''eu avisei'', é necessário que se dê a mão, segure pela cintura, puxe pelo ombro. Amigo é aquele que faz loucuras de amor todos os dias. Amigo entrega a vida na mão do outro e diz: "Toma, faz o que achar melhor".

Amizade boa é amizade gostosa, daquelas que doem a barriga e fazem das noites insones as melhores. Se engana quem acha que amigo de verdade precisa de elogio todo o tempo, não mesmo. Amigo gosta de ouvir crítica, saber a verdade, perceber como seus erros são vistos. Senão de que adiantariam os amigos? Eles são nossos olhos fora de nós. São o espelho do nosso reflexo.


Não devemos implorar por amizade. Amizade é o que tem de mais verdadeiro e puro no mundo; amizade não se cobra. Amizade verdadeira é dada de coração e alma, sem esperar por nada em troca. Ser amigo é atender uma ligação no meio da madrugada e escutar as lamentações do outro; ser amigo é pegar antipatia de alguém só porque seu amigo não gosta; ser amigo é passar a noite acordado falando sobre nada e ao mesmo tempo sobre tudo. Ser amigo é amar sem medo, sem receio, sem pé atrás. É pular de cabeça no abismo atrás de quem te completa, te entende e decifra. Você não é nada sem os seus amigos e eles dizem muito sobre quem você é.


Amizade é não ter vergonha de ligar no meio da madrugada, é dizer o que pensa com a certeza do entendimento, é errar e esperar um perdão imediato, é dividir as lágrimas, é contar os mais íntimos segredos, é ter alguém a quem recorrer. Amizade é ter sempre um refúgio, uma voz que acalma, um alimento da alma.


Amigo não se afasta, guarda no coração. Não há distância nem tempo que separe uma amizade verdadeira, porque quando eles se encontram no calor de um abraço, nada mais no mundo importa.


Amizade é a contradição de que o pra sempre, sempre acaba.


Não Amar é Sofrer Amar é Sofrer mais




Que o medo de amar e sofrer novamente não me impeça de criar sentimentos por outro alguém.
Que quando eu perder uma batalha eu me levante mais forte ainda, e não desista , e sim recomece 
e mais forte, pois Deus me dará forças se eu acreditar em mim mesma e lutar novamente até conseguir.
Que quando alguém me magoar,eu perdoarei por mais que seja difícil...
Que quando eu errar na vida, eu não desista, e sim aprenda a fazer diferente da próxima vez...
Que quando me disserem '' você não é capaz'' eu não escute, pois sou capaz sim, pois se Deus me mandou na terra é porque acredita na minha capacidade.
Que quando eu derramar uma lágrima no meu rosto, eu procure enxugá-las e não me deprimir, pois Deus sabe o que e como faz.
Que quando eu perder um amor, eu não sofra, pois se ele se foi, é porque Deus prepara algo melhor pra mim.
Que quando me ofenderem eu não ligue, pois ninguém pode me julgar, somente Deus.
Que a cada dia eu aprenda mais e mais nessa vida, que Deus me dê sabedoria e que minha familia seja cada dia mais feliz... Pois por mais que muitas vezes as coisas não dão certo, por mais que eu não ganhe todas as batalhas, por mais que eu não tenha tudo o que eu posso, eu tenho tudo o que muita gente não tem:
Amor, Familia e Deus no coração.
Por isso não reclamo da vida, e só tenho a agradecer a Deus, por cada batalha, até mesmo por cada lágrima, por cada sorriso e por cada dia que vem, por mais que o sol não apareça. Pois se as nuvens negras aparecer, por baixo delas sempre haverá o sol, que mais tarde irá brilhar. A Vida é assim...

(Mayla Vieira)


Tati Bernardi



Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente.


Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar.

Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.

E por que vendo tanto meu corpo e tão pouco minha alma? Porque quero ver você comprando o que realmente quer e não enganando querer para levar a promoção.

Cansei das promessas de compra e das devoluções gastas do meu corpo. Cansei de expor minha alma se no fim tudo acaba mesmo. Então tá aqui ó: peitinhos, coxas, barriga e o buraco que você tanto quer.

Leve de uma vez e me engane por alguns dias. Você é igual a todos os outros e todos os outros são: lixo. O amor não existe, e, se existe, não dura pra sempre. E, se não dura pra sempre, não é amor. E nada dura pra sempre. E então o amor não existe.

Estou amarga com simplicidade, e isso é relaxante já que vivo cheia de complicações. A amargura é muito mais simples que a esperança. Estou triste do tamanho do buraco sem vida que você deixou em mim, uma concavidade sonhadora que ainda pulsa um desejo que ao mesmo tempo enoja.

Ainda sinto você aqui dentro e toda a energia boa de vida que esta lembrança poderia gerar em mim, mas essa energia sem escape, sem válvula, sem história, essa energia inocentemente transformada em ódio, só carrega ondas que me corroem por dentro.

Mas para não sentir dor eu vou jurar ao último ouvido do meu universo o quanto você é descartável. O quanto sua molecagem não permitiu nenhuma admiração de minha parte.
Para não sofrer não vou permitir minha cabeça no travesseiro antes do cansaço profundo e sem cérebro. Não vou permitir admirar coisas da natureza porque talvez eu me lembre de você ao ver algo bonito.

Não vou permitir silêncios porque é aí que o meu fundo transborda e a tristeza pode me tomar sem saída. Eu vou continuar deixando a minha cabeça me martelar porque toda essa confusão é ainda menos assustadora do que a calmaria da verdade.

A verdade é a frieza do mundo, é a podridão dos desejos, são as mentiras que a gente inventa para os outros e acaba acreditando. A verdade é que mais cedo ou mais tarde você será traído, porque todo mundo tem medo de viver a entrega. A verdade é que ninguém se entrega porque ninguém se tem. A verdade é que não estamos aqui, estamos em algum lugar seguro vivendo nossas vidas medíocres. A verdade é que todo esse perfume é vergonha de nossa essência, todas essas marcas são vergonha do nosso corpo, todo esse charme despretensioso é vergonha de nossas fraquezas. A verdade é que nada é inteiro porque até o inteiro para ser todo precisa ter seu lado vazio. A verdade é que não dá para fugir da dor, e eu continuo correndo, correndo, correndo e não saindo do mesmo lugar.."