Relógio

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Lenhador e a Raposa


Nos arredores da Mata Atlântica, no começo do século passado, 


vivia um pobre lenhador, seu bebê e sua raposa. A ingrata esposa o 

havia abandonado por não suportar aquela vida difícil; ficara 

fascinada pelas mirabolantes histórias de um mascate e resolvera 

segui-lo mundo afora.

O pobre lenhador precisava trabalhar e não restava outra

alternativa, a não ser deixar seu filhinho aos cuidados da

raposa. Todas as noites, ao voltar o lenhador para casa, a

cena se repetia: a raposa lhe aguardava sorridente e o bebê

dormia tranqüilamente no bercinho.

Os vizinhos, miseráveis também, alertavam aquele lenhador

sobre o perigo que era deixar o seu bebê aos cuidados de

uma raposa. "A raposa é um bicho e quando sentir fome e

não encontrar comida, com certeza vai comer o seu filho. É

o instinto animal."

O lenhador garantia-lhes que aquela raposa era fiel e que o

bebê não corria qualquer tipo de risco. Ele a havia

encontrado abandonada na floresta há muitos anos e criara

como parte da família.

Os vizinhos, que falavam mas nunca se ofereceram para

cuidar do bebê, continuavam alertando o lenhador sobre o

perigo que a criança corria. Falavam tanto que acabaram

preocupando o pobre homem. Por mais que afirmasse

confiar no animal, aquele pai saía para trabalhar com o

coração na mão e voltava apreensivo, temendo que alguma

coisa realmente pudesse ocorrer com seu filho.

Certa noite, ao retornar à pobre casa, o lenhador encontrou

sua sorridente raposa com a boca toda ensangüentada.

Tamanho foi o seu desespero que aquele homem não pensou

duas vezes. Deu um golpe mortal na raposa com seu

machado e correu para o berço. Qual não foi a sua surpresa

ao encontrar seu filhinho dormindo tranquilamente e, aos

pés do berço, os restos mortais de uma cobra venenosa.


Assim é a vida, quando temos uma fé firme, temos segurança. Mas quando deixamos as dúvidas, lançadas pelos "amigos", rondarem a nossa fé, somos vítimas de ações precipitadas que poderão ser motivo de eterno remorso. É preciso não fraquejar na fé, para não deixar que aconteça na sua vida o que aconteceu com aquele pobre lenhador.

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