Relógio

terça-feira, 30 de setembro de 2014

A Rosa





Era uma vez, um jardim encantado onde só entrava quem recebia permissão
Esse jardim cheio de flores se chamava coração.
Lá havia um tipo especial de flor, uma rosa alaranjada,
Ela amava todas as flores e por todas era amada.


Um rapaz mal intencionado, percebeu que a flor era especial 
E na calada da noite, sorrateiramente invadiu o roseiral.
Ele queria que a rosa embelezasse seu paletó,
Mal sabia que a rosa laranja por ele só sentia dó.


Ele a arrancou de seu solo fértil e pra longe a levou
A rosa murcha de tristeza aos poucos se fechou.
Aquela pequena flor que brilhava para quem a sorria
Agora a cabeça abaixava e chorando todos os dias vivia


Suas pétalas desbotadas já não embelezavam o terno do moço
Ele então arrancou pétala por pétala e as jogou no fundo do poço.
A pequena rosa que antes foi bonita e perfumada
Agora era história, lembrança de outra vida, uma vida em que foi amada.


O rapaz nunca mais roubaria de um jardim outra flor
Aquela rosa não podia ser colhida, devia ser plantada, ela se chamava amor.


Com o caule morto da rosa já despedaçada, o homem se deu a chorar.
Suas lágrimas e as poucas sementes do caule, fizeram no solo uma nova flor brotar.


E de algo que não deu certo, machucou e virou pó 
Surgiu uma nova roseira, bonita como só.
O amor agora foi cultivado com amor
E o homem aprendeu que só assim a vida floresce e só assim a vida dá flor.




Mariana Siqueira

Tudo depende de tu



Pode ser que algo te entristeça porque se entregou demais, porque esperou demais, porque valorizou demais. Porque se importou demais. Inclusive, tudo que é demais é prejudicial. Não estou falando que é preciso ligar um “foda-se” para tudo. Não mesmo. Receio que, se nós não criássemos aquele frio na barriga esperando por algo bom, a vida perderia muito mais da metade da graça que tem.
Enquanto corações, confianças e planos ainda são quebrados diariamente pelo anseio de ter uma coisa e a realidade mostrar outra, são as surpresas escondidas nos detalhes dos dias que ainda servem de motivos para acreditarmos que algo de bom pode acontecer – mesmo nas fases ruins. É aquilo de saber valorizar o que se tem e o que se pode agarrar quando aparece. Dar a importância certa para os momentos certos.
O que nos machuca hoje pode ser apenas o foco voltado para uma coisa que ainda é importante e não deveria ser. Só que não se aprende a conferir esse valor da noite para o dia. Custa. Antes de dizer que já viu de tudo, tenha certeza de que o Mundo é gigante e nada é impossível. Até mesmo encontrar alguém que entenda o valor que você dá a tudo que te cerca. Até encontrar quem, no jogo de pesar e medir, te equilibre.

Tudo depende do peso que você aceita carregar.



[ Gustavo Lacombe ]













Fica a dica



Você percebe que tá diferente quando o assumir quem você é de verdade não te assusta. Não dá mais para ser a mocinha inocente que não sabe o que quer. Não dá mais para ser a menina insegura que se esconde embaixo da cama quando as coisas dão errado. Você assume a mulher que coloca a cara para bater e se arrisca. Assume os defeitos e ajeita a falta de jeito em driblar as adversidades. Você não disfarça mais. Não se esconde. Não coloca máscara para camuflar o gênio forte ou a lista interminável de desejos que tem para realizar. Você não espera mais para ser salva. Você se salva. Se estrepa, quebra a cara, aposta com o destino e sente na pele o peso das escolhas erradas. Mas passa. Você se (re) encontra, se aceita e vai. Você percebe que tá diferente quando os solavancos que a vida dá não te derrubam mais como antes. Quando ser vítima não é mais uma opção. Você se dá conta e isso basta.



[Marcely Pieroni Gastaldi]

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Fazer Valer



Aproveite quem está perto.
Antes da saudade, antes da falta. Por mais que a tecnologia ajude, nada substitui o beijo, o abraço, o carinho. Entende onde eu quero chegar? Não desperdice as horas. Não volte pra casa mais cedo se você pode ficar mais um pouquinho. Recoste-se, faça um cafuné, mereça um afago nas costas. Faça o que ainda não foi feito.
Vá atrás da conquista, mas aprenda a reconquistar o que já tem nas mãos. Seja paciente, ouça, converse. Deixe a voz entrar como um presente pelos ouvidos. E ame sem se arrepender do tanto que se entrega. Não se perna a ilusão de que quem se entrega demais se machuca. Acontece, mas vale a pena em muitos casos quando é recíproco e a preocupação de um bem estar mútuo existe.
Se joga.
Use cada oportunidade de dormir nos braços do outro e não perca a chance de fazer o mesmo. Diga, repita e grite até no silêncio de um olhar o quanto se gosta, se adora e se ama. Os gestos aparecem naturalmente com o sentimento, mas se esforçar também não é demais. Não se preocupe em fazer as coisas perfeitas, mas em fazê-las de coração. Hoje perto, amanhã não se sabe.
Faça valer cada minuto ao lado de quem você ama.


[ Gustavo Lacombe ]

Aprenda ver flores, onde Deus te colocou.





Ela era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles. Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã. Antes, deveria passar por um treinamento de um mês. 


Enamorada, ela optou por antecipar o casamento e partir com ele. Ao menos poderia passar o mês do treinamento próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas. 

Próximo à base do deserto da Califórnia onde se daria o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios Navajos e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal. 

O primeiro dia foi de felicidade. Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus. Ela o ajudou a tirar a farda e deitar-se. Foi romântico e maravilhoso. 

Ao final da semana, ela estava infeliz e ao fim de dez dias estava entrando em desespero. 

O marido chegava exausto do treinamento, que começava às cinco horas da manhã e terminava às dez horas da noite. Ela era viúva de um homem vivo, sempre exaurido. Escreveu para a mãe, dizendo que não aguentava mais e perguntando se deveria abandoná-lo. 

Alguns dias depois, recebeu a resposta. A velha senhora, de muito bom senso, lhe enviou uma quadrinha em versos livres que dizia mais ou menos assim: 

Dois homens viviam em uma cela de imunda prisão. Um deles olhava para o alto e enxergava estrelas. O outro, olhava para baixo e somente via lama. Abraços. Mamãe. 

A jovem entendeu. Ela e o marido estavam em uma cela, cada um a seu modo. Ver as estrelas ou contemplar a lama era sua opção. 

Pela primeira vez, em vinte dias de vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores. 

Logo adiante, surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol. Ela conhecia conchas da praia, mas aquelas eram diferentes, belíssimas. 

Quando seu marido chegou naquela noite, quase que ela nem o percebeu, tão aplicada estava em separar e classificar as conchas que recolhera durante todo o dia. 

Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu permanecer ali mesmo. Descobrira que o deserto era um mar de belezas. 

De seus estudos e pesquisas resultou um livro que é considerado a obra mais completa acerca de conchas marinhas, porque o deserto da Califórnia um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito de fósseis e riquezas minerais. 

Mais tarde, com o retorno do esposo do Vietnã, ela voltou a Los Angeles, com a vida enriquecida por experiências salutares. Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara. 

* * * 

Existem flores nos jardins bem cuidados. Existem flores agrestes em pleno coração árduo do deserto. 

Existem flores perdidas pelas orlas dos caminhos, enfeitando veredas anônimas. 

Muitas sementes manifestam sua vida florescendo a partir de um pequeno grão de terra, perdido entre pedras brutas, demonstrando que a sabedoria está em florescer onde se é plantado. 

Florescer, mesmo que o jardineiro sejam os ventos graves ou as águas abundantes. 

Florescer, ainda que as condições de calor e umidade nem sempre sejam as favoráveis...





(Redação do Momento Espírita, com base na palestra Floresça onde for plantado, proferida por Divaldo Pereira Franco0

(Compartilhada do Velho Sábio)






terça-feira, 2 de setembro de 2014

CASAR E MORAR JUNTO


Casar e morar junto são duas coisas completamente diferentes. Não tem nada a ver com seu status no cartório. Tem a ver com entrega. Você pode casar com todas as honras. Dar uma festa linda. Gastar os tubos na Lua de Mel. Se mudar com o marido para um apartamento lindo. pronto. decorado. cheio de almofadas em cima da cama… Vocês podem ter se casado – mas vão demorar muito pra saber o que é morar junto. Acho que existem casais que se casam com pompas, e nunca talvez tenham realmente morado juntos. Morar junto é saber dividir. Saber cobrar. Saber ceder. Saber doar. Morar junto é dividir as contas e as almas. Morar junto é ter um pilha de louça pra lavar, depois de um dia terrível de 10 horas de trabalho. E o outro cantar com você para que, em um karaokê com detergente, o trabalho se torne divertido. Morar junto é ter que assistir Homem Aranha no Telecine Action, e se esforçar para achar legal. Morar junto é tomar banho junto.Transformar o chuveiro em uma cachoeira. (e o banheiro em um barco) Morar junto é ouvir onde dói no outro. Do que ele sente medo. Onde ele é criança. O que o deixa frágil. Morar junto é poder chorar sem parar. E ser ouvida. E cuidada. Mas é também rir. E achar graça em alguma coisa, quando o outro está pra baixo. Morar junto é fazer contabilidade de frustrações, e saber quando não colocar na conta do outro. Morar junto é demorar para levantar. Morar junto não precisa de uma casa, e sim de um espaço. Quem mora junto geralmente é solidário. Casar não. Qualquer um casa. Pra casar basta assinatura e champanhe. Casar leva umas horas. Morar junto leva tempo. O tempo todo. Quando moramos juntos vemos o cabelo dele crescer e ela cortar uma franja. Quando moramos juntos viramos adultos aos pouquinhos, dando um adeus doído ao adolescente que éramos. Quando moramos junto mudamos junto. E o outro vira um outro diferente com os anos. E nós vamos aprendendo a amar aquela nova pessoa, todo dia. Até o dia que, talvez, deixemos de morar juntos.