Relógio

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sim, sou assim...



Eu não sei fingir que não dói quando a dor é o que eu sinto. Não sei esboçar um sorriso, quando a vontade de chorar é bem maior do que a vontade de sorrir. Não sei declarar sentimentos que não existem em mim ou que jamais estiveram presentes pelo menos por alguns instantes. Não sei morar onde não me sinto confortável e isso inclui amor e pessoas. Nem contar uma mentira para forjar felicidade. Não vou a lugares onde não quero estar e quase nunca faço aquilo que não gosto - só quando as circunstâncias exigem e, ainda assim, protelo ao máximo. Não tenho medo de ter medo, porque sei admitir que a minha coragem não é persistente. Às vezes amanheço sem coragem nenhuma. Sem esperança nenhuma. Sem fé nenhuma. Mas eu não desmorono por isso. Sabe por quê? Porque mesmo sendo imperfeita, a minha força não está naquilo que digo, mas naquilo que sinto. É o meu sentir que determina a minha verdadeira essência. E isso é o que me faz ser tão real quanto a própria realidade. Quem disse que a realidade é leve o tempo todo?


(Erica Gaião)

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