Relógio

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Amadurecimento



Um dia a gente acorda e sente que já não é mais a mesma, que o cheiro da vida mudou, que as antigas motivações não nos servem mais, como roupas antigas e apertadas, desbotadas pelo uso excessivo.
Um dia a gente acorda e percebe que a luz está diferente, que o som do nosso coração está cansado das mesmas batidas na terra, nosso coração está pedindo é para voar. Percebe que antigos sonhos estão voltando, mas não têm lugar naquele pouco espaço que lhes foi destinado, como uma revoada de passarinhos a fazer um barulho incrível no nosso peito, batendo asas e soltando penas.
A gente acorda e se dá conta do que não fez, de onde não chegou.
Um dia acorda e percebe: decepcionada, quis crer em tantas crenças e doutrinas, se esforçou para agradar a gregos e troianos, disse “sim” quando queria dizer “não”, e deixou de falar “não” tantas vezes que já não sabia mais qual era o nosso querer, quais eram os nossos sabores preferidos e a direção que escolheu caminhar.
Da mesma forma, acorda e percebe que esta com saudade da sua música, seus livros, seus segredos e seu ócio. Um dia a gente acorda e lembra que sofreu, chorou, sonhou, riu, comeu e sentou a mesa com gente que de fato nunca se importou, e a gente oferecendo nosso melhor sorriso em troca de aceitação. Que bobagem! Lembra que não protestou diante de absurdos, recolhendo-se à boa educação de sempre. Lembra que deu o seu amor para a pessoa errada, e deixou de amar, abraçar e pedir um abraço quando mais precisava e em quem mais precisava.
Um dia a gente acorda cansada de dizer que está cansada de viver, e decide que vai correr o risco de recapitular nossas teologias, filosofias e sonhos.
Um dia a gente acorda. Eu acordei agora!
E foi nesse instante que me dei conta de que quando tudo parece errado, é preciso ter a coragem de mudar e enfrentar o medo do desconhecido. Não espero mais que os outros mudem, mudei a mim e meu caminho tomou outro rumo. melhor a ausência do que conviver com a mentira e com a desconfiança.
Que venha o futuro!

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