Relógio

domingo, 2 de junho de 2013

Matemática das almas

praia_sol


O vento que sopra em minha direção desfaz segredos poéticos e trava deliciosas lutas interiores, em busca de conceder tranquilidade a meu ser recôndito.
Eu não sei o que sinto, se ainda sinto desde então…ou se sempre senti, desde quando meu mundo passou a orbitar um desejo jamais permitido.
É como se duas almas estivessem em um outro plano, um plano paralelo onde a matemática é exata, as somas corretas, sem restos, nem frestas.
É como se eu amanhecesse para sempre e esse amanhecer fosse a eternidade disfarçada de alegria, onde essas almas dançassem sem querer, dando voltas no infinito do amor.
O que sinto é uma ilusão do que não está aqui, mas deve existir em outro lugar, não é possível. É muito forte, é como um norte e uma bússola de tanto que é existente e coerente.
É um universo tangente a esse, e bem perto, onde há praia e mar, uma fogueira e uma conversa amiga. Há um riso e há liberdade floreada, chamuscando com as labaredas, a felicidade borboleteando nos sorrisos que se esvaem quando os olhares se cruzam, se atraem, se puxam e se querem.
Há o beijo roubado e devolvido e há o que nem faça sentido, pois lá onde o amor verdadeiro existe e onde a matemática das almas é exata, o sentir é permitido. Não há posse. Nem minha alma é minha, nem tua alma é tua. Apenas eu cuido e você cuida, sem pressa, sem promessas. A calma preenche o coração e a paz é a mais sublime canção.
Há um lugar, um lar, muito além daqui, acredito, onde tem um leito macio com colchas de seda e almofadas fofas, e se deitar é uma viagem. Sonhar é paisagem, e sempre de passagem, meu lugar nunca é aqui ou ali. Meu lugar é em um coração que só existiu em meus devaneios e vontades.
Meu lugar é em pensamentos e em letras, onde a satisfação da alma se encontra por acreditar que de alguma forma tudo isso existiu ou existirá. Meu lar errante, meu mundo distante e a calma da alma.

(Por Simone Santos – pensamentos de Enluarada)

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