Relógio

quarta-feira, 5 de março de 2014

Também...

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Nos olhamos e um dos dois diz:
- Te adoro.

-  Eu também – o outro responde.
Entretanto, não gostamos de dizer o ordinário “também”. E é fácil entender. Na maioria das vezes, acabamos respondendo com um outro “te adoro”, mas não por fingir não ter ouvido ou só falar porque foi lembrado naquela hora. É que não tem o mesmo peso, sabe? O que está sendo dito acaba perdendo a força.
Me incomoda o fato de olhar nos olhos dela e não articular todas as palavras na minha boca, saboreando as sílabas e ver, pouco a pouco, aquele rosto se abrindo em sorriso. Gosto de dizer, ainda que resumido naquelas poucas palavras, quão grande é o bem me faz. O que um simples advérbio não traduz. E o mais engraçado nisso tudo é que, querendo verbalizar o que sentimos, volta e meia nos pegamos mudos, sem a necessidade de mover um músculo para nos declararmos.
O silêncio de um abraço apertado às vezes supera qualquer tentativa de dizer o quanto é grande um sentimento.

(Gustavo Lacombe)




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