Relógio

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Enxaqueca, - Prevenção e cuidados


Estudos mostram que 4 a 6% da população sofre deste tipo de dor de cabeça. Isso porque muitos pacientes se automedicam e não procuram tratamento especializado.


Você é do time que encara aquela dor de cabeça latejante e chata como corriqueira e resolve tudo com um comprimido? Pois fique sabendo que você pode estar sofrendo de enxaqueca e nem se dar conta da gravidade do problema. As mulheres têm de duas a três vezes mais enxaquecas que os homens. No Brasil, 20% dos casos em mulheres se devem a fatores genéticos hormonais e ambientais.
Existem mais de 200 tipos de dores de cabeça e a enxaqueca é apenas uma delas, embora seja a mais conhecida, não é a mais comum. A dor de cabeça mais comum é a cefaleia tensional episódica que 90% da população já teve pelo menos uma vez na vida. De que forma? Ou porque dormiu mal, bebeu demais ou trabalhou/estudou excessivamente. "Essa dor geralmente é de leve a moderada e cede com qualquer analgésico", explica a médica neurologista Célia Roesler.


O que é enxaqueca?
Segundo Célia Roesler, a enxaqueca é uma dor de moderada a intensa que geralmente acomete um dos lados da cabeça e, quando muito forte, a cabeça toda. "A dor geralmente é latejante ou pulsátil com duração de 4 a 72 horas. Pode vir acompanhada de náuseas e vômitos, tonturas, intolerância a luz (fotofobia), a barulho (fonofobia) e a movimentos (osmofobia). Portanto, ela pode melhorar com repouso, escuro e silêncio", explica a neurologista.
A enxaqueca pode começar na infância, mas a idade mais comum é no adulto jovem de 20 a 30 anos. Nas mulheres pode começar na menarca (primeira menstruação), piora nos períodos menstruais, muitas vezes melhora na gravidez e sara na menopausa.
Como se desenvolve?
Essa dor de cabeça é uma disfunção química cerebral geralmente hereditária e o diagnóstico é clínico. Ou seja, é necessário fazer uma boa história clínica do paciente com todos os seus antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida, frequência, intensidade e duração das crises. Portanto, ressalta a neurologista, é uma consulta demorada. O importante é descobrir os fatores desencadeantes das crises e investigar criteriosamente o perfil do paciente. Se for depressivo, ansioso, insone, se tem tendência a engordar ou emagrecer, se é sensível, se tem compulsão ou transtornos de humor etc, o importante é investigar as causas.
Assim, o médico deve extrair o máximo de informações do paciente para poder saber qual é o tipo de dor de cabeça e fazer um diagnóstico e tratamento precisos. "Temos sempre que afastar as dores de cabeça secundárias que são aquelas causadas por outras patologias como sinusites, meningites, problemas oftalmológicos, tumores, aneurismas", explica a neurologista.
Tratamento e prevenção
A melhor prevenção para evitar a enxaqueca é a mudança em relação aos hábitos de vida. Praticar atividade física, dieta, horário regular de sono, não fumar e não beber em excesso são algumas atividades recomendadas.
Para a enxaqueca são recomendados dois tratamentos medicamentosos. O abortivo é o tratamento em que é recomendado uma ou mais medicações específicas para abortar a crise e o preventivo é aquele onde é indicado medicamentos de uso diário para prevenir as crises. "É importante esclarecer que um tratamento para enxaqueca começa a melhorar a partir do segundo ou terceiro mês e pode durar de 2 a 5 anos", ressalta a especialista.
Com o tratamento, a qualidade de vida melhora bastante desde que o paciente siga as orientações do médico e utilize corretamente a medicação, além de mudar os hábitos de vida. O médico especializado no tratamento de dor de cabeça, explica a neurologista, muitas vezes fornece ao paciente um diário onde ele irá anotar a frequência, intensidade e duração das crises, os fatores desencadeantes e todas as vezes que precisou tomar analgésicos. Assim, ambos, paciente e médico, poderão acompanhar/avaliar se a evolução do tratamento está tendo sucesso ou não.
"Além dos medicamentos, se faz necessário o tratamento não farmacológico como biofeedback, técnicas de relaxamento (yoga) e terapia cognitivo comportamental", assegura a neurologista.
Analgésicos resolvem?
O maior problema nos consultórios médicos especializados em dores de cabeça são os pacientes que fazem uso abusivo de analgésicos. Estes não só não resolvem o problema como transformam uma enxaqueca, que era esporádica, em cefaleia crônica diária. "Vários estudos mostram que 4 a 6% da população é portadora deste tipo de dor de cabeça e isso acontece porque muitos pacientes se automedicam e não procuram tratamento especializado", esclarece a neurologista.
Problema na vista
Quando uma pessoa tem um problema de vista, como miopia ou astigmatismo, a dor aparece mais no final do dia e é uma dor moderada geralmente nos olhos ou na fronte. Não é uma enxaqueca, alerta a especialista. Essa dor aparece porque a pessoa usou muito a visão, ficou muito tempo lendo, no computador ou dirigindo forçando a vista, por exemplo. Então, nada de associar aquela dorzinha chata de cabeça com a enxaqueca.
Sinusite causa enxaqueca?
A dor da sinusite não é pulsátil e pode vir acompanhada de coriza, tosse ou febre. "Se a pessoa faz uma dieta leve, ingere bastante água, chás como o de gengibre, camomila, cidreira etc podem ajudar e evitam a ingestão de medicamento", explica Célia.
Com relação a alguns alimentos, alguns pacientes podem ter crises de enxaqueca com alimentos embutidos, queijos amarelos, molhos vermelhos, gorduras, frituras, chocolate, frutas cítricas e, principalmente, bebidas alcoólicas. Um cafezinho pode até melhorar, mas o excesso pode piorar. Mas isso deve ser avaliado pelo seu médico após realizado o diagnóstico preciso.
Caso você tenha enxaqueca, você pode ir a uma unidade básica de saúde e procurar o tratamento adequado com os profissionais da Rede Pública. Outra opção é visitar o site da Sociedade Brasileira de Cefaleiaonde é possível encontrar mais informações e também indicação de médicos que estudam e tratam de dores de cabeça no Brasil.

 (Madson Moraes, http://estilo.br.msn.com/tempodemulher)








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